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Casa Santo Cristo de Caçarelhos

A origem do nome

 

A Casa Santo Cristo de Caçarelhos assim se chama por se encontrar situada no Largo de Santo Cristo, na aldeia de Caçarelhos, concelho de Vimioso (Alto Douro), Largo este cujo nome procura homenagear a enorme imagem na cruz que domina o lindíssimo altar-mor da Capela de São Bartolomeu, ali ao lado.

 

 

 

 

 

 

A sua história

- O seguinte texto é da autoria da pessoa responsável pela casa e pela sua restauração.

 

"Descobri a Casa Santo Cristo de Caçarelhos no ano de 1997, ao descer a rua desta aldeia durante umas férias de Verão. Datada de 1828, a Casa estava condenada à ruína total, por se encontrar no seio de uma terra onde a moda apelava a que as casas velhas fossem demolidas. Encontrei-a por acaso, e logo lhe vi potencialidades históricas e culturais. Depois de muita reflexão, ousadia e, talvez, um pouco de loucura, ela passou a ser a paixão de uma vida, e essa paixão trouxe com ela um objetivo: proceder à restauração da casa, sem lhe retirar o encanto da antiguidade transmontana!

 

Fui desde logo muito bem integrado pelo povo da aldeia, apesar de muitos não compreenderem o motivo de eu ter vindo em sentido contrário, o motivo por eu, que moro a uma distância considerável daquele local, ocupar os meus dias ali quando todos queriam ir embora. "O que quererá ele desta terra?", interrogava-se o povo.

 

Iniciei as obras com pouco. De início não tinha sequer onde abrigar um saco de cimento, e as silvas reinavam e multiplicavam-se pelas paredes caídas e telhados desabados.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Comecei pelo interior da casa, pelo mais urgente. Após algum tempo, concluí que as obras no interior não davam nas vistas e que estava na altura de dar uma nova cara à fachada exterior. Foi então que as pedras negras, desalinhadas e desniveladas das janelas e varandas voltaram como novas ao seu lugar. Coloquei novas portas e janelas e a fachada ficou, a meu ver, lindíssima. Já mais ouvi dizer que as casas velhas deveriam ser demolidas e passou a estar na moda, em toda a aldeia, restaurar casas "deixando as pedras à vista", isto é, sem cobrir as paredes com cimento e tijolo.

 

Procurei e procuro, aos poucos, restaurar cada divisão com respeito ao passado e com respeito ao ambiente em redor e ao bem-estar e utilidade das coisas no seu tempo.

 

Para isso, foi preciso deixar a modernidade atual de lado e ir de encontro ao ambiente rústico. O chão térreo apresenta as enormes pedras maciças que constituiam o mosaico primitivo. As portas mantêm o mesmo tamanho original, sendo algumas delas  baixas e largas. Tal deve-se ao facto que, em 1828, e anos seguintes, as pessoas que habitavam a Casa eram pequenas, mas, pelas mesmas portas, também teriam de passar vacas prenhas. Os tetos são sempre de madeira como os originais, e as vigas apodrecidas foram substituídas por outras. As paredes são todas de pedras com saibro no interior, o que lhes confere um ótimo isolamento térmico e, ao fundo, apresentam quase sempre um lambrim, para lhes dar mais consistência e proporcionar maior conforto. Por fim, os telhados estão cobertos com telhas originais de barro, e foram revestidos com isolamento no seu interior. Assim, a temperatura ambiente na casa mantém-se sempre amena, mesmo quando no exterior estão perto de 40ºC.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Com muito trabalho e determinação, vou de encontro aos pormenores, e procuro que quando alguém entra nesta Casa se sinta a entrar num mundo à parte e a contemplar o passado que se faz presente."

 

António Claro

 

 

 

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